Por David Szpilman

NO MUNDO (1999)
# Anualmente mais de 500.000 (8.4/100.000) pessoas são vítimas fatais de afogamento.¨ # Mais de 10 milhões de crianças entre 0 e 14 anos de idade são internadas e em média uma a cada 35 hospitalizações chega ao óbito.

# O sexo masculino morre 2 vezes mais do que o feminino.

# Óbitos por afogamento em 1998: 

# 11a lugar de 0 a 4 anos - 125.301 óbitos

# 4a lugar de 5 a 14 anos - 157.573 óbitos em países desenvolvidos 

# 2a causa Países subdesenvolvidos

# China - 1a causa entre 0 e 14 anos de idade - 33.872 óbitos.

# Na faixa de 1 a 4 anos é a 2a causa externa de morte no Brasil, EUA e África do Sul, e a 1a na Austrália

 

NO BRASIL (1998)
# 7.183 óbitos (4,44/100.000 hab.) - Não intencional (91,2%), 

Por causas

   Causa primária de morte por afogamento - 91,1% ((Não especificado - 61%, águas naturais - 29%, e piscinas - 0,5%) 

   Causa secundária por acidentes com embarcações causando morte - 0,14%

   Intencional (1,6%) = Suicídio (1,0%), Homicídio (0,6%) Intenção desconhecida - 7,2%

 

Idade e relação ao sexo

 Mais freqüente - faixa etária de 20 a 29 anos (20,75%) - 10,33 masculino/feminino

 Menos freqüente - menor de 1 ano (0.7%) - 1,3 masculino/feminino

Estimativa anual no Brasil de:

  260.000 hospitalizações

  Mais de 1.300.000 resgates em praias, piscinas, lagos, rios e outros. 

  Mais de 600 corpos não encontrados

Causa "mortis"

  Segunda na faixa de 5 a 14 anos.

  Terceira na faixa de 1 a 19 anos.

  Quinta na faixa de 20 a 29 anos. 

  Terceira por causas externas em todas as idades

A cada ano mais de 500.000 pessoas são vítimas fatais de afogamento em todo mundo, entretanto o seu número exato ainda é desconhecido em razão de um grande número de casos não notificados por desaparecimento sem confirmação de óbito. Ironicamente, parece que nos EUA 90% de todos os casos de afogamento ocorrem a 10m de uma medida de segurança instalada. Estimativas indicam que 40-45% ocorrem durante a natação demonstrando desconhecimento do perigo iminente. Na prática de esportes náuticos, os afogamentos são responsáveis por 90% dos óbitos.
Em 1998 a população brasileira atingiu 161 milhões de habitantes, dos quais 7.183(4.44/105 habitantes) faleceram em virtude de afogamento. As estatísticas mostram grande variabilidade entre os estados. Em números absolutos observamos em ordem decrescente no ano de 1997, os cincos estados com os maiores números absolutos de óbitos: São Paulo (1.822), Minas Gerais (900), Bahia (507), Rio de janeiro (502) e o Rio Grande do Sul (447) correspondendo as maiores populações. Quando analisamos o número de óbitos pela população observamos os estados de Roraima (9.8), Acre (8.6), Mato Grosso do Sul (6.8), Amapá (6.7), e Espírito Santo (6.7) como os de maior número de óbitos relativo (por 100.000 habitantes) mostrando que estados não banhados pelo mar tem um maior risco de morte por afogamento. O Sudeste é a região de maior número de óbitos relativo (5.0) e a menor a região Nordeste (3.4). Na Avaliação de óbitos por afogamento de 1996 para 1997 observamos uma redução percentual no número de óbitos relativo de 45.74% no estado do Amapá, 35.2% em Sergipe, 22.6% no DF, 18.9% em SC, e 17,8% no Rio de Janeiro, enquanto outros estados aumentaram o seu número percentual: Paraíba 251.8%, Tocantins 58.3%, Goiás 45.7%, Mato Grosso do Sul 22.7% e o restante dos estados não tiveram alterações significativas. É fato que grandes acidentes aquáticos, como inundações ou naufrágios em um estado podem elevar drasticamente estes números de forma isolada não demonstrando um perfeito espelho da realidade. 
Nos EUA existem oito casos de afogamentos para cada caso fatal notificado. Nas praias do Rio de Janeiro temos aproximadamente 290 resgates para cada caso fatal (0.34%), e um óbito para cada 10 atendimentos no Centro de Recuperação de Afogados (10.6%).
Os afogamentos em água doce são mais freqüentes em crianças, principalmente em menores de 10 anos. Estima-se que existam mais de 4.500 casos de morte por ano só nos E.U.A (53% em piscinas), onde 50.000 novas piscinas são construídas por ano, somando-se a 2.2 milhões de piscinas residenciais e 2.3 milhões não residenciais. Nas áreas quentes do EUA, Austrália e África do Sul, 70 a 90% dos óbitos por afogamento ocorrem em piscinas de uso familiar. No Brasil, onde o número de piscinas domésticas é infinitamente menor, o afogamento em água doce ocorre mais em rios, lagos e represas perfazendo a metade dos casos fatais.
A faixa etária de maior ocorrência de óbitos no Brasil é de 20 a 29 anos, sem distinção entre os estados banhados ou não pelo mar. O homem morre em média 5 vezes mais por afogamento que a mulher, não havendo distinção quando menor do que 1 ano e sendo 8.7 vezes mais freqüente na idade de 20 a 29 anos.
Nos municípios do estado do Rio de Janeiro o maior número relativo de óbitos se encontra em locais não banhados pelo mar. Nas praias do município do Rio de Janeiro, aproximadamente 86% dos casos situam-se na faixa etária entre 10 e 29 anos(idade média de 22 anos). Em média, 75% das vítimas são do sexo masculino sofrendo variações conforme a idade, 83% são solteiros, 83.5% ingerem alimentos 3 horas antes do acidente, 46.6% acham que sabem nadar, e 71.4% moram fora da orla marítima.