EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS

Por David Szpilman

Em qualquer situação de trauma proceda ao EXAME PRIMÁRIO primeiro, e logo após, estando a vítima viva realize o EXAME SECUNDÁRIO. Durante o exame secundário o socorrista deverá avaliar os possíveis traumas ocorridos e condutas. Neste capítulo veremos cada situação em particular de trauma e sua conduta.

O que é trauma (traumatismo)? - É a lesão corporal resultado da exposição à energia (mecânica, térmica, elétrica, química ou radiação) que interagiu com o corpo em quantidades acima da suportada fisiologicamente. Pode ainda em alguns casos ser resultado da insuficiência de algum elemento vital (afogamento, estrangulamento, congelamento). O tempo de exposição e o surgimento da lesão devem ser curtos (alguns minutos) (OMS - ano 2000). O trauma pode ser intencional ou não intencional e varia de leve a grave.

HEMORRAGIAS
Um indivíduo com 70 Kg possui aproximadamente 4.900 ml de sangue. O volume de sangue varia conforme a idade e pode ser estimado utilizando-se o valor médio de 80 ml / Kg de peso. Em crianças, o volume sangüíneo é maior, estando entre 8 e 9% do peso corporal.

 

· Hemorragia é a perda de sangue circulante para fora dos vasos sangüíneos.

· Hemostasia é o controle da hemorragia.

· Os mecanismos normais que o corpo possui para limitar as hemorragias são:
1) Contração da parede dos vasos sangüíneos (vasoconstricção)
2) Coagulação do sangue (plaquetas e fatores da coagulação)

CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS
1 - Tipo de Vaso Sangüíneo - tipo de hemorragias
· Arterial: sangramento em jato. Geralmente coloração vermelho-vivo - sangramento grave que pode levar a morte em poucos minutos.
· Venosa: sangramento contínuo, geralmente de coloração escura - raramente fatal.
· Capilar: sangramento contínuo discreto - pequena importância.
2 - Profundidade - tipo de hemorragias
· Externa: sangramento de estruturas superficiais com exteriorização do sangramento. Podem geralmente ser controladas utilizando técnicas básicas de primeiros socorros.
· Interna: sangramento de estruturas profundas pode ser oculto ou se exteriorizar. As medidas pré-hospitalares básicas de hemostasia geralmente não funcionam.
3 - Velocidade
· Quanto mais rápida a hemorragia menos o organismo tolera a perda de sangue e mais rápido deve ser o socorro à vítima para o hospital.

CONSEQÜÊNCIAS DA HEMORRAGIA
· Hemorragias não tratadas podem provocar o desenvolvimento do Choque.

QUADRO CLÍNICO - varia com o volume da perda de sangue
Hemorragias Classe I: Perdas de até 15% do sangue - 750 ml em adultos
· não causam sintomas ou sinais no exame.
Hemorragias Classe II: Perdas entre 15% e 25% do sangue - 750 a 1.500 ml.
· Ansiedade e queixas de sede
· Taquicardia - FC entre 100 e 120 bpm. 
· Pulso radial fino - PA normal com o paciente deitado. 
· Taquipnéia (respiração rápida) com FR > 20 por minuto.
· Pele com suor frio e pálido.
Hemorragias Classe III: Perdas entre 25% e 40% do sangue - 1.500 a 2.000 ml.
· Ansiedade e às vezes agitação e sede intensa.
· Pele com suor frio e pálido.
· Taquicardia superior a 120 bpm.
· Pulso radial fino ou impalpável. PA baixa mesmo deitado ou choque.
· Taquipnéia importante - FR > 30 p/min.
Hemorragias Classe IV: Perdas superiores a 40% do sangue - >2.000 ml - CHOQUE
· Nível de consciência alterado, variando entre agitação, confusão mental e inconsciência.
· Pela fria e pálida.
· Taquipnéia com freqüência respiratória > 35 p/min.
· Taquicardia importante - FC >140 bpm. Vítimas agônicas podem apresentar bradicardia.
· Pulso radial impalpável com pulso arterial carotídeo presente - Choque
· A perda de mais de 50% do volume sangüíneo causa a morte.

RECONHECIMENTO DAS HEMORRAGIAS
· A hemorragia pode ser estimada grosseiramente através do sangue perdido no local.
· Pacientes com sinais de choque e lesões externas pouco importantes devem apresentar hemorragia interna oculta. Algumas fraturas como as de bacia e fêmur podem produzir hemorragias internas graves e choque.
· Os locais mais freqüentes de hemorragia interna são o tórax e abdome. Observe presença de lesões perfurantes, equimoses ou contusões na pele do tórax e abdome.

CONDUTA PRÉ-HOSPITALAR
1) Exame Primário - ABC da vida
2) Controle de hemorragias externas:
· Coloque suas luvas ou utilize um pano para manipular a vítima.
· Coloque compressa limpa sobre o ferimento e efetue a compressão direta da lesão. 
· Caso a compressa fique encharcada de sangue, coloque outra compressa sem retirar a 1a .

· Eleve se possível o local do sangramento acima do nível do coração com a vítima deitada.
 

· Na persistência da hemorragia, inicie a compressão direta da artéria que irriga a região. Os principais pontos arteriais são os braquiais, femorais e temporais superficiais.

· Não utilize torniquete.

3) Em caso de choque - posicione o paciente com as extremidades inferiores elevada.

4) Imobilize as fraturas exceto naqueles que apresentem sinais de choque.

5) Em caso de choque transporte o paciente imediatamente para o hospital.

CHOQUE
· É o estado que resulta da incapacidade em prover sangue suficiente para os órgãos. 
· Pressão Arterial sistólica < 60 mmHg. 
· A causa mais comum de choque é a hemorragia. A perda de 1,5 litro ou mais de sangue pode produzir choque.

 

Causas
    § Perda líquida (desidratação) ou sangramento (Trauma - hemorragia) importante - são as causas mais freqüentes.
    § Infarto agudo do miocárdio em adultos > 40 anos é causa mais freqüente de choque.
    § Infecção severa (sepse)
    § Queimadura grave e outros

Sinais e Sintomas
    § Confusão, ansiedade até a inconsciência.
    § Pele pálida, úmida com sudorese fria e Sede intensa.
    § Pulso arterial rápido e fraco
    § Respiração rápida

CONDUTAS DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA NO CHOQUE
1. Exame primário - ABC da vida: administrar 15 litros de oxigênio sob máscara em todos os casos.
2. Controle imediatamente hemorragias externas e imobilize somente grandes fraturas.
3. Posicione a vítima de acordo com a causa do choque. 
· Decúbito dorsal com os membros inferiores elevados na maioria dos casos. 
· No caso de infarto do coração a melhor posição é a semi-sentada.
4. Não administre líquidos ou medicamentos pela boca.
5. Aqueça o paciente com cobertores.
6. Transporte imediatamente ao hospital - aumenta as chances de sobrevivência.

FERIDAS
· São as lesões de tecidos corporais produzidos por trauma. 
· Os ferimentos podem ser:

FERIDA FECHADA - pele integra
Contusões
· A presença de lesões superficial não ameaça a vida, porém alertam para lesões de órgãos internos.
· Equimose - Pele lisa com uma coloração preta ou azulada.
· Hematoma - Tumoração preta ou azulada visível sob a pele.
Sucção - Não puxe o membro preso pela sucção, desligue o aparelho (ex: bomba de piscina). Com a sucção ocorre trauma local e edema (inchaço). Caso o membro não saia do local de sucção deve-se quebrar o local ao redor do orifício de sucção. 

FERIDA ABERTA - pele aberta
ESCORIAÇÕES - LESÕES CORTO-CONTUSAS - LACERAÇÕES
· Escoriações: Lesões superficiais da pele ou mucosas, que apresentam sangramento leve e costumam ser extremamente dolorosas. Não representam risco ao paciente quando isoladas.
· Lesões corto-contusas: Lesões produzidas por objetos cortantes. Podem causar sangramento de variados graus e danos a tendões, músculos, nervos e vasos sanguíneos.
· Lacerações: Grandes lesões corto-contusas, geralmente com lesões de músculos, tendões, nervos e sangramento que pode ser moderado a intenso. Grandes traumas como ex: acidentes automobilísticos. 
· O socorrista deve controlar o sangramento por compressão direta e aplicação de curativo e bandagens. Imobilize extremidades com ferimentos profundos. 
· Em pacientes com PA normal efetue a limpeza das lesões de forma rápida. No trauma grave este procedimento é omitido para reduzir o tempo de chegada ao hospital.

FERIMENTOS PERFURANTES - perfuração da pele e tecidos por um objeto. 
· O orifício de entrada pode não corresponder a profundidade da lesão. 
· Tratar as condições que causem risco iminente de vida - ABC e Hemorragias. 
· As lesões penetrantes de tórax e abdome devem ser ocluídas o mais rápido possível.
· Lesões perfurantes de tronco e abdome devem ir para o hospital imediatamente.

AVULSÕES - descolamento da pele que pode se manter ligado ao tecido ou não.
· Apresentam graus variados de sangramento, geralmente de difícil controle. 
· A localização mais comum é em membros superiores e inferiores. 
· Coloque o retalho em posição normal e efetue a compressão direta da área para controlar o sangramento. Caso seja possível lave o retalho com água corrente antes.
· Caso a avulsão seja completa - lave o retalho com água corrente ou soro fisiológico, envolve-lo em pano limpo molhado, coloque-o dentro de um saco plástico lacrado dentro de vasilhame com água gelada para o transporte ao hospital. Evite o uso de gelo direto sobre o tecido.

AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS - Separação de um membro ou de uma estrutura do corpo. 

a) Exame primário - ABC da vida.
b) Controle a hemorragia - O controle da hemorragia é crucial na primeira fase do tratamento.
c) Trate o choque se presente.
d) Cuide do segmento amputado (separado do corpo):
· Limpe com solução salina ou água corrente, sem imersão em líquido.
· Envolva-o em gaze estéril úmida ou compressa limpa molhada.
· Proteja o membro amputado com dois sacos plásticos.
· Coloque o saco plástico em recipiente de isopor com gelo ou água gelada.
· Jamais coloque a extremidade em contato direto com gelo.
e) Não deve-se demorar no cuidado ao segmento amputado, já que a vítima é considerada de alto risco para o choque hipovolêmico. O paciente deve ser removido o mais rapidamente para o hospital.

EMPALAMENTO - perfuração na qual o objeto penetrante está parcialmente exteriorizado.
a) Exponha a lesão retirando a roupa.
b) Nunca remova objetos empalados, sem que o paciente esteja no ambiente hospitalar.
c) Estabilize o objeto no local encontrado com curativo apropriado.
d) Não tente partir ou mobilizar o objeto, exceto se isto for essencial para o transporte.

EVISCERAÇÃO - exteriorização de vísceras.
a) Não tente reintroduzir os órgãos eviscerados.
b) Cubra as vísceras com pano limpo umedecido em solução salina ou água limpa.
c) Envolva o curativo com bandagem.
d) Transporte o paciente em posição com o ventre para cima, com os joelhos fletidos.

 

ESMAGAMENTO - acidentes automobilísticos, desabamentos e acidentes industriais.
· Pode resultar em ferimentos abertos ou fechados. O dano tecidual é extenso (músculos, tendões, ossos). Os esmagamentos de tórax e abdome causam graves distúrbios circulatórios e respiratórios, sendo muitas vezes incompatíveis com a vida.
· No caso de extremidade presa a maquinaria industrial, desligar a energia da máquina, e em seguida fazer a lenta reversão manual das engrenagens e retirada do membro. Caso não seja possível liberar a extremidade a máquina deverá ser desmontada e transportada juntamente com a vítima ao hospital.

QUEDAS 
· Avaliar; a - Altura, b - Área anatômica do impacto, c - superfície da queda (água, asfalto, etc.).
· Relacione os ferimentos na vítima em relação a área anatômica de impacto - cuidado com outras leões que não são visíveis como ex; queda em pé - lesão da coluna cervical. 

PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO (PAF)
· Considere o calibre, a velocidade, o tipo de munição e a forma do projétil.
· Além da perfuração ocorre queima dos tecidos ao redor.
· Sempre procure o orifício de saída. O orifício de entrada é sempre menor e mais discreto que o de saída.
· Um mesmo projétil pode lesar vários tecidos internamente e o sangramento ser volumoso, mesmo com orifício de penetração pequeno.

LESÕES DECORRENTES DE EXPLOSÕES
· Vários fragmentos e várias lesões.
· Avaliar profundidade de penetração e queimaduras.

MORDEDURAS E PICADAS

a) Mordida de cão ou gato
· Lave a ferida com água e sabão de côco.
· Não feche a ferida com curativos.
· Encaminhe a vítima ao hospital para avaliação da necessidade de vacinação anti-rábica e antitetânica.
· Mordidas em extremidades do corpo (pés, mãos, orelhas) são consideradas mais perigosas para o contágio do vírus da raiva humana.
· As lambeduras por cães e/ou gatos doentes em tecidos abertos é considerado de risco.
· Mantenha a posse do animal durante 10 dias após o acidente, para avaliação clínica do mesmo. Procure o veterinário para isto.
· O morcego pode também ser portador do vírus da raiva.

b) Picadas de insetos, aranha, escorpião e cobra.
· Lavar com água e sabão o local
· Tentar capturar o animal com segurança para identificar o animal.
· Não tentar retirar o veneno do local, chupando, cortando, espremendo ou garroteando o membro.
· Conduzir o paciente o mais rápido possível ao hospital pois há risco potencial de choque anafilático e ação direta do veneno.

RESUMO - tratamento das feridas:
· Expor a ferida (retirar roupas).
· Controlar a hemorragia.
· Limpar a superfície da ferida (se houver tempo).
· Curativo com gaze ou pano limpo.
· Imobilizar o segmento ferido.
· Estabilizar objetos empalados.
· Segmentos amputados devem ter cuidados a parte.
· Utilize sempre luvas


CURATIVOS E BANDAGENS
CURATIVO cobre uma ferida protegendo-a de contaminação e auxilia no controle de sangramento. O curativo deve ser feito de preferência com material estéril ou limpo.
BANDAGEM fixa um curativo sobre a ferida. Deve ser justa para reduzir sangramentos, mas deve permitir a circulação sangüínea.

Bandagem tipo Atadura: Técnicas de aplicação:
· Cubra a ferida com o curativo e aplique a atadura.
· Desenrole pouco a pouco, mantendo pressão uniforme e sobrepondo 50% a cada volta.
· Evite excesso de compressão que possa causar interrupção da circulação.

Bandagens Triangulares:
· São as mais versáteis, pois têm múltiplas aplicações e podem ser improvisadas com qualquer pedaço de pano (guardanapos, lenços, fraldas, toalhas, roupas). 
· Podem ser utilizadas também como imobilizadores. 
· Deve medir 1 metro na base e ter pelo menos 60 cm de altura. 
· Antes de utilizar a bandagem cubra o ferimento com um curativo.
· Podem ser abertas, dobradas como gravata, ou combinando as duas formas.
· Inicie na região distal para a proximal do membro e não cubra os dedos.


FRATURAS, LUXAÇÕES, ENTORSES
Fraturas: interrupção na continuidade do osso.
· Abertas - ferida na pele sobre a lesão que pode ser produzida pelo osso ou por objeto penetrante.
· Fechadas - a pele sobre a fratura está intacta.
· As fraturas são encontradas em traumas. As fechadas são de pouca gravidade, mas em alguns casos causam choque hemorrágico, danos vasculares e neurológicos.
· Dor local e deformidade anatômica.
· Edema, e hematoma.
· Incapacidade funcional e mobilidade anormal.

 

Luxações: lesões em que a extremidade de um dos ossos que compõe uma articulação é deslocada de seu lugar. A lesão dos tecidos pode ser muito grave, afetando vasos sangüíneos, nervos e a cápsula articular. Ocorre com maior freqüência em dedos e ombro.

Entorses: São lesões nos ligamentos. Podem ser de grau mínimo ou complexo com ruptura completa do ligamento. Ocorre com maior freqüência nos tornozelos, joelhos e punhos.

Distensões: Lesões aos músculos ou seus tendões. Geralmente são causadas por hiperextensão ou por contrações violentas. Pode ocorrer ruptura do tendão.

COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS E DAS LUXAÇÕES
Lesão Vascular: Algumas fraturas como as de fêmur e bacia, podem produzir hemorragias graves levando ao choque hemorrágico.
Lesão Nervosa: Podem complicar as fraturas e as luxações. Os sintomas são: dor, sensação anormal, perda da sensibilidade (anestesia) e/ou dos movimentos (paralisia) que pode ser completa.
Infecção: O socorrista não deve tentar efetuar a limpeza da superfície de ossos expostos.

 

CONDUTA
· Exame primário - ABC da vida.
· Em pacientes com risco de vida iminente não imobilize as extremidades. 
· Transporte o paciente alinhado sobre prancha longa ou objeto similar (prancha de surf). 
· A prioridade no tratamento de fraturas é: Coluna vertebral / face, arcos costais e esterno / crânio / pelve / pernas / braços.
· A maioria das lesões ósteo-articulares não causa riscos imediatos de vida, sendo avaliadas durante o exame secundário. No entanto, freqüentemente são as lesões mais evidentes no politraumatizado, desviando a atenção do socorrista de lesões ocultas mais graves.
· Toda lesão de extremidades deve ser imobilizada antes do paciente ser movimentado, a menos que as condições locais ofereçam risco de vida para o socorrista ou para a vítima.
· Muitas vezes é impossível diferenciar entre os diversos tipos de lesões no ambiente pré-hospitalar. Na dúvida, imobilize.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE IMOBILIZAÇÃO
1. Descubra a lesão cortando a roupa e inspecione o segmento afetado observando feridas abertas, deformidades, edema e hematomas. Sempre compare uma extremidade com a outra.
2. Remova anéis e braceletes que podem comprometer a vascularização. Em extremidades edemaciadas (inchadas) é necessário cortá-los com instrumento apropriado. Em caso de lesões em membros inferiores deve-se retirar sapatos e meias.
3. Cubra lesões abertas com bandagens estéreis ou panos limpo antes de aplicar a tala.
4. Coloque as extremidades em posição anatômica e alinhada. Se houver resistência imobilize na posição encontrada. Aplique a tala imobilizando com as mãos o segmento lesado de modo a minimizar movimentos do membro, até que a tala esteja colocada.
5. Verifique o pulso arterial distal a fratura e teste a sensibilidade e movimentação de dedos antes e depois da imobilização. Caso os pulsos desapareçam depois da imobilização retire o imobilizador, realinhe e reimobilize. No membro inferior palpe o pulso pedioso, no superior o pulso radial.
6. Imobilize o membro cobrindo uma articulação acima e abaixo da lesão. A imobilização alivia a dor, produz hemostasia (controle da hemorragia) e diminui a lesão tecidual.
7. Acolchoar imobilizadores rígidos para evitar ferimentos em pontos de pressão.
8. Não reduza fraturas ou luxações no ambiente pré-hospitalar.
9. Aplique bolsa de gelo somente em lesão sem fratura - reduz a dor e o edema. Não permita que o paciente ande com lesões em membros inferiores.
10. Se possível eleve a extremidade após o procedimento.


TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO (TCE)
· O TCE é causa importante de morte nos traumas.
· O Traumatismo Raqui-Medular (TRM) ocorre em 5 a 10% dos casos de TCE.
· 70% das vítimas de acidentes automobilísticos apresentam TCE. 
· Os traumatismos da cabeça podem envolver o couro cabeludo, crânio e encéfalo, isoladamente ou em qualquer combinação.
· Trauma com sonolência, confusão, agitação ou inconsciência de curta ou longa duração pensar em TCE.

LESÕES DE COURO CABELUDO
· Podem causar hemorragia devido a sua intensa quantidade de vasos.

ABORDAGEM DA VÍTIMA
1. Exame Primário - ABC da vida.
2. Observar cuidados com a coluna cervical: Estabilizar manualmente a cabeça e o pescoço. 
3. Controlar hemorragias
4. Exame Secundário: consciência - AVDI
· Suspeitar sempre de lesão de coluna cervical em pacientes com TCE.
5. Sangramentos via nasal (rinorragia) e pelo ouvido (otorragia) geralmente é sinônimo de TCE.
6. Nos casos onde ocorra vômitos, a vítima deve ser virada em bloco para o decúbito lateral de forma a preservar a imobilização da coluna cervical.

TRAUMA RAQUI-MEDULAR (TRM)
· Lesão da coluna vertebral ou medula espinhal.
· A coluna cervical é o local mais comum de TRM.
· As causas mais comuns de TRM são:
    Ø Quedas.
    Ø Mergulho em água rasa.
    Ø Acidentes de motocicleta e automóvel. 
    Ø Esportes. 
    Ø Acidentes por arma de fogo. 
· Mecanismos possíveis de lesão raqui-medular - hiperextensão, hiperflexão, compressão, rotação, torção lateral, tração.
· A coluna tem a função de sustentar o corpo e proteger no seu interior a medula espinhal, que liga o cérebro aos órgãos através de nervos. 
· 10% das lesões medulares ocorrem por manipulação incorreta das vítimas de trauma, por socorristas ou pessoal não habilitado.
· Lembre-se que 17% dos pacientes com lesões de coluna foram encontrados andando na cena do trauma ou foram ao hospital por seus próprios meios - sempre imobilize.
 

SUSPEITAR DE TRM NOS SEGUINTES CASOS:
· Mecanismo de lesão sugestivo (causas de TRM), mesmo sem sintomas.
· Vítimas inconscientes que sofreram algum tipo de trauma.
· Dor em qualquer região da coluna vertebral.
· Traumatismo facial grave ou traumatismo de crânio fechado.
· "Formigamento" (anestesia) ou paralizia de qualquer parte do corpo abaixo do pescoço.
· Priapismo (enrijecimento do pênis de forma involuntária).
· Mergulho em água rasa

CUIDADOS NO TRM
· Exame primário - ABC da vida
· Imobilize a cabeça/pescoço em posição neutra com colar cervical ou com as mãos.
· Remova o capacete em caso de PCR ou insuficiência respiratória.
· Não mova o paciente a menos que seja necessário. Caso tenha que movê-lo utilize a técnica em monobloco.
· Suspeitar sempre de lesão de coluna cervical em pacientes com TCE
· A proteção da coluna cervical deve ser uma das prioridades do tratamento pré-hospitalar, a não ser que outra situação esteja produzindo risco de vida iminente.

EQUIPAMENTOS DE IMOBILIZAÇÃO CERVICAL
Colar Cervical
Técnica de aplicação:
· alinhe a cabeça e pescoço do paciente se não houver resistência ou dor e mantenha a estabilização manual. 
· O outro guarda-vidas aplica o colar ao pescoço da vítima. 
· O paciente lúcido deve ser alertado contra o risco de movimentar-se. 
· Mantenha a imobilização manual mesmo com o colar aplicado.
Improvisação: cobertor ou camisa e cintos
Imobilizador de cabeça - dispositivo para impedir os movimentos laterais da coluna. São dois anteparos de espuma que são fixados a prancha longa através de um velcro.
Improvisação: sacos de areia, tijolos ou anteparos que impeçam os movimentos laterais da cabeça.
Nota: Ver também TRM em Parte Especial I - Afogamento

TRAUMA OCULAR
· Causas: corpos estranhos; queimaduras, luminosidade excessiva, agente químico, lacerações e contusões. Em traumatismos pode haver exteriorização do globo ocular.
· Sinais e sintomas: Dor, irritação, ardência, visão turva, feridas abertas, objetos estranhos.

CONDUTA PRÉ-HOSPITALAR
1. Exame primário - ABC da vida
2. Irrigação ocular com soro fisiológico ou água durante vários minutos em caso de lesão por agentes químicos ou na presença de corpos estranhos.
3. Não utilizar medicamentos tópicos (colírios ou anestésicos) sem prescrição.
4. Não remova objetos empalados. Estabilize-os com curativo apropriado não-compressivo.
5. Oclua os dois olhos com gaze umedecida, mesmo em lesões de um olho.
6. Em caso de exteriorização do globo ocular, não tente recolocá-lo. Efetue a oclusão ocular bilateral.
7. Não remova lentes de contato.

TRAUMA DE NARIZ
Os traumas do nariz levam geralmente a um sangramento leve.
1. Coloque a vítima sentada com a cabeça para frente.
2. Comprima ambas as narinas no ponto de inserção das asas do nariz.

Em caso do sangramento não parar:
3. Aplique gelo no local de compressão, ou;
4. Comprima o lábio superior imediatamente abaixo do nariz.

Ao cessar o sangramento, peça a vítima para:
· Não assoar o nariz ou espirrar.
· Após algumas horas, colocar gentilmente um pouco de vaselina no nariz afetado.

Você deve levar a vítima ao hospital se:
· O sangramento recomeçar.
· Houver inconsciência - Coloque a vítima em posição lateral de segurança e leve-a ao hospital.

Se houver um objeto estranho (inseto e outros):
· Retire somente se estiver ao seu alcance.
· Se não estiver, não introduza pinças ou dedos - Leve a vítima ao hospital.

TRAUMA DA BOCA
Os traumas na boca levam geralmente a um sangramento.
· Coloque a vítima sentada com a cabeça ligeiramente para frente se não houver suspeita de trauma de crânio ou coluna. Isto permitirá que o sangue saia da boca.

1. Lábio - coloque uma gase enrolada ou pano limpo entre o lábio e a gengiva.
2. Língua - Aplique pressão direta ou coloque gelo.
3. Dentes
    · Coloque uma gaze enrolada ou pano limpo no local do dente, e peça a vítima para morder gentilmente.
    · Coloque o dente em leite ou água.
    · O dente só deve ser colocado no local de onde saiu, se a vítima não for criança ou se não houver sangramento importante.
    · A vítima então é levada para o dentista reimplantar o dente, somente nos casos onde não houver outras prioridades. O dente deve ser reimplantado em menos de 1 hora.
    · Se a vítima estiver inconsciente, coloque-a em posição lateral de segurança.
    · Solicite a vítima que evite engolir o sangue, já que ele produz náuseas.

TRAUMA DE ORELHA - PAVILHÃO AUDITIVO
· Se houver sangramento, realizar compressão local e avaliar se o sangramento é interno (TCE?) - ABC da vida.
· Se houver objetos estranhos (insetos e outros) retirar somente se estiver ao seu alcance, se não estiver não introduza pinças ou dedo, leve a vítima ao hospital.

TRAUMA DE TÓRAX
O tórax contém estruturas vitais como coração, pulmões e vários vasos sanguíneos importantes. 
· As lesões mais comuns são as contusões, fraturas de costelas e esterno e as feridas penetrantes.
· Os fatores críticos são: hemorragias graves, distúrbios respiratório e cardíaco.

Conduta
    · Exame primário - ABC da vida.
    · Imobilizar o braço correspondente ao lado da lesão sobre as costelas fraturadas.
    · Feridas abertas devem ser cobertas com curativo oclusivo impermeável de modo a deixar três bordas vedadas e uma livre permitindo a saída e impossibilitando a entrada de ar. 
    · Não retire objetos empalados e sim os estabilize na situação em que forem encontrados.
    · Trate o choque se houver.
    · Administre oxigênio sob máscara a 15 litros/min.
    · Tome cuidado para que curativos e imobilizações não restrinjam a expansão do tórax.
    · Transportar o paciente, se possível, em posição lateral sobre o tórax lesado.

TRAUMA ABDOMINAL
· Podem apresentar hemorragia interna severa. 
· Os traumas abdominais podem ser:
    o Fechado - causam danos às vísceras sem que haja penetração da cavidade abdominal.
    o Aberto ou penetrante - expõe vísceras ou sangramentos externos.
· A complicação mais temida é a hemorragia interna, que pode produzir o choque, em curto espaço de tempo.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
· Exame primário - ABC da vida.
· Posicionar a vítima deitada, com pernas flexionadas.
· Aplicar curativo impermeável e oclusivo umedecido em soro fisiológico nas feridas abertas com alças evisceradas (para fora). 
· Nunca tentar recolocar as alças intestinais para dentro do abdome.
· Aqueça a vítima com cobertores.
· Não retire objetos empalados. Estabilize-os na situação encontrada.
· Paciente politraumatizado evoluindo com choque, suspeitar sempre de hemorragia interna por lesão de órgãos abdominais.
· Não forneça líquido ou alimentos a pacientes com trauma abdominal.
· Transporte o paciente ao hospital para avaliação médica o mais breve possível.

TRAUMA NO IDOSO
· ABC da vida
· Pequenas quedas ou traumas podem causar grandes fraturas
· A fratura mais comum - colo de fêmur - verifique o membro inferior que estará encurtado e com rotação lateral - Imobilize a perna junto com o quadril e o outro membro não fraturado, não tente reduzir ou alinhar o membro.

TRAUMA NA GRÁVIDA
· ABC da vida
· Não tentar avaliar se o feto está vivo - não perca tempo neste momento.
· Se o mecanismo de trauma foi frontal - o primeiro trauma foi com feto.
· A hemorragia vaginal pode ser causa de choque se importante - tratar como choque.
· Cuidado na extricação.
· Oferecer sempre oxig6enio a 15 litros/min. sob máscara se possível.
· O transporte de grávida maiores de 6 meses de gestação deve ser feito em decúbito lateral esquerdo salvo em casos de suspeita de TRM ou TCE, que deve ser em posição neutra.
· Não oferecer água ou alimentos e cuidado com os vômitos.

TRAUMA EM CRIANÇA
· É um trauma grave e de difícil diagnóstico pois a comunicação e a extricação são mais difíceis.
· Acione sempre um segundo socorrista para lhe auxiliar.
· Observe que crianças sonolentas ou muito quietas na cena do acidente pode significar gravidade.
· Sempre aqueça a criança e ofereça se possível O2 sob máscara a 10 litros/min.
· A freqüências cardíaca e respiratória são normalmente ligeiramente maiores do que o adulto. 

IDADE / Freqüência cardíaca / Freqüência respiratória
Recém Nato / 140 - 180 / 45 - 60
1 ano / 120 - 150 / 40
6 a 10 anos / 80 - 110/ 25
> 10 anos / 60 - 90 / 20
· Na imobilização e no transporte as únicas diferenças para o adulto são: 1. A tira do imobilizador de cabeça em vez de passar no queixo passa embaixo do nariz. 2. O recém-nato deve ser manipulado como um todo (sempre em bloco).

EXTRICAÇÃO
· É a retirada da vítima de um local, de onde ela não pode sair por seus próprios meios. 
· No caso de confinamento, retire as ferragens e escombros da vítima e não a vítima das ferragens.

Seqüência da Extricação
1. Reconheça a cena.
2. Obtenha acesso ao paciente
3. Realize exame primário e ABC da vida
4. Imobilize o paciente dando prioridade a coluna cervical
5. Afaste os obstáculos físicos
6. Remova a vítima
7. Reimobilize o paciente caso necessário
8. Transporte a vítima

EXTRICAÇÃO DE VEÍCULOS
1 - Chave de Rauteck: retira rapidamente e sem equipamento, vítima de acidente automobilístico do banco dianteiro. Está indicada em situações de risco de incêndio ou explosão.


2 - Retirada de Capacete: As vitimas por acidentes de motocicleta, devem ter o capacete retirado antes da chegada da ambulância somente se houver inconsciência.
· Fixe a cabeça, solte a jugular do capacete, mantenha a fixação enquanto tira o capacete.
· Após retirar o capacete mantenha a fixação da cabeça e coloque o colar cervical.


SITUAÇÕES PEGUE/REMOVA RÁPIDO (load and go)
· São situação onde o exame primário (ABC) mostra que a vítima está em risco iminente de morte e deve ser removido imediatamente para atendimento de Suporte Avançado de vida por ambulância ou levado ao hospital.
    Ø PCR sem resposta.
    Ø Obstrução de vias aéreas que não pode ser removida de forma mecânica
    Ø Condições que impeçam de respirar como: Tórax aberto, tórax instável, pneumotórax hipertensivo e sangramento pulmonar volumoso.
    Ø Choque. 

RESGATE E TRANSPORTE
· Se possível não transporte à vítima e aguarde o socorro médico.
· Em situações de risco iminente para o socorrista ou para a vítima transporte-o rapidamente para lugar seguro. 
· Os métodos de transporte são precários e podem agravar lesões existentes, devendo ser reservados para situações especiais e transportes de curta distância.
· A presença de riscos no local, n° de pessoas disponíveis, diagnóstico do paciente e o local do acidente influenciam o tipo de transporte.
· A vítima deve ser estabilizada e imobilizada antes do transporte, preferivelmente por equipe especializada para não provocar lesões adicionais ao paciente.
· Os movimentos devem ser sempre em conjunto com o outro socorrista.

Transporte rapidamente quando:
· Houver perigo de incêndio, explosão ou desabamento.
· Houver presença de ameaça ambiental ou materiais perigosos.
· Há impossibilidade de proteger a cena do acidente.
· Há impossibilidade de obter acesso ao paciente que necessita cuidados de emergência.
· Situação pegue e remova rápido a vítima - situação "load and go".

TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA
1 - Técnicas com Um Socorrista:
   
Pacientes capazes de andar
        a - Apoio Lateral Simples

    Pacientes que não podem andar
        a - Arrastamento pela Roupa
        b - Arrastamento por Cobertor
        c - Transporte tipo Bombeiro 
2 - Técnicas com 2 ou mais Socorristas:
    Vítima que pode andar
        Apoio Lateral Simples
    Vítima que não pode andar
        Consciente
            a - Transporte pelas Extremidades
            b - Transporte em cadeirinha 
        Vítimas Inconscientes
            a - Elevação em braço 
            b - Elevação Manual Direta


EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE
a - Padiola
b - Prancha Longa: É o equipamento indicado para remover pacientes politraumatizados.
    Rolamento de 90 graus: Utilizado para vítimas em decúbito dorsal.
    Rolamento de 180 graus: Empregado para vítimas encontradas em decúbito ventral. 
    Elevação a Cavaleiro: Indicada em vítimas encontradas em decúbito dorsal. 

IMPROVISAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
a - Improvisação de prancha longa: porta, prancha de surf, ou uma tábua longa e resistente.
b - Improvisação de maca ou padiola: cabos de vassoura, cobertores, paletós, camisas, cordas, lonas, sacos de pano.

SELEÇÃO DO MÉTODO APROPRIADO PARA TRANSPORTE
· Transporte por equipe especializada sempre que possível em ambulância. 
· Nos casos especiais em que não houver ambulância disponível: utilizar veículos grandes como caminhonetes, ônibus ou caminhões para que se possa deitar a vítima. 
· Dirija com segurança para evitar acidentes.

POSIÇÃO DO PACIENTE DURANTE O TRANSPORTE
    a - Pacientes Não Traumáticos
        Choque com falta de ar: Semi-sentados.
        Choque: Decúbito dorsal com as extremidades inferiores elevadas.
        Inconsciente: Decúbito lateral esquerdo para prevenir a aspiração.
        Gestantes: Decúbito lateral esquerdo em posição de permitir assistência ao parto.

    b - Pacientes traumatizados
        1 - Decúbito dorsal sobre a prancha longa.

 

TRANSPORTE AÉREO
O guarda-vidas/socorrista deve ter conhecimento da necessidade de transporte aero-médico sabendo indicar ou não este tipo de transporte.

Indicações
    Ø Vítimas graves em locais de difícil acesso por veículos terrestre.
    Ø Vítimas graves em locais distantes onde o transporte terrestre atrasar o socorro da vítima.
Acesso ao pouso da aeronave
    Ø Espaços amplos, planos, livres de obstáculos suspensos (fios elétricos e galhos de árvores), com o solo firme e não arenoso.
    Ø A área mínima para o pouso de uma aeronave é de 20 m2 durante o dia e 30 m2 à noite.
Aproximação da aeronave
    Ø Pela frente ou laterais da aeronave e sempre após autorização do piloto.
    Ø Evitar o rotor de cauda.
    Ø Não se aproxime correndo.
    Ø Nunca se aproxime vindo de um plano elevado.
    Ø Observar cuidados com objetos altos, tais como suporte de soro, para evitar colisões com o rotor principal.
    Ø Fixar cobertores e outros objetos para evitar ser desprendido com o deslocamento de ar gerado pelo rotor.
    Ø Aproxime-se da aeronave curvado.

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS NO SOCORRO

AIDS, e Hepatite B
    · Algumas doenças infecciosas podem ser passadas de uma para outra pessoa. 
    · Os germes mais comuns são os vírus e as bactérias. 
    · Um simples resfriado pode passar rapidamente de uma pessoa para outra, porém não determina nenhuma consequência mais séria.
    · As doença que mais preocupam os guarda- vidas durante os primeiros socorros são a AIDS e a Hepatite B.
    · A maioria das emergências ocorrem dentro ou perto de seu domicílo, portanto é maior a possibilidade de você prestar atendimento a um familiar ou a um amigo.
    · Se você não possuir nenhum corte na pele ou feridas, a possibilidade de adquirir doenças é muito pequena.
    · Sempre tenha precaução para não entrar em contato com os líquidos corpóreos da vítima.
    · Use sempre que possível barreiras como luvas, tecidos, máscara para ventilação da vítima, que ofereçam proteção contra estes fluidos.
    · Lave suas mãos com água e sabão imediatamente após o socorro.
    · Não coma, beba ou toque em sua boca, nariz ou olhos durante os primeiros socorros.
    · Não toque em objetos contaminados com sangue.

HEPATITE
    · O vírus A é transmitido através da água ou alimentos contaminados por fezes de doentes.
    · O vírus B é transmitido através do sangue ou via sexual. 
    · O vírus C é transmitido através do sangue e sexual, como o vírus B.
    · O vírus D é de transmissão parenteral e só ocorre associado ao vírus B.

Prevenção
    · Use preservativos de látex ("camisinha") na relação sexual.
    · Evite promiscuidade sexual (múltiplos parceiros).
    · Não compartilhe agulhas ou seringas.
    · Use luvas protetoras quando em contato com sangue ou outras secreções corporais.
    · Vacinação: é recomendada a vacina anti-hepatite B em 3 doses (dias 1, 30 e 180).
    · Em caso de exposição - procure o médico imediatamente.

SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA HUMANA: (SIDA / AIDS)
    · Causada pelo "vírus da imunodeficiência humana" (HIV). 
    · O vírus entra no organismo provocando defeitos no sistema de defesa contra infecções. 

Como ocorre a transmissão
    1. Contato direto do vírus com o sangue (transfusões, uso compartilhados de drogas venosas).
    2. Contato íntimo (sexual) com a membrana mucosa dos olhos, boca, garganta, reto, ou vagina.
    3. Através da amamentação ou do parto
    4. O vírus não pode penetrar na pele íntegra.
    5. A saliva não demonstrou transmitir HIV.
    6. Raramente transmite à equipe de saúde, através de acidentes com material perfuro-cortante como agulhas ou lâminas de bisturis contaminados.

Não existe mais grupo de risco. Todas as pessoas com vida sexualmente ativa, podem ter a infecção e transmiti-la a seu parceiro. Há, entretanto os chamados comportamentos de risco, como pessoas com muitos parceiros sexuais e viciados em drogas endovenosas.

Prevenção
    · Use preservativo de látex ("camisinha") em todas as relações sexuais.
    · Não compartilhe agulhas ou seringas, procure ajuda médica para tratamento.
    · Evite a promiscuidade sexual (múltiplos parceiros).
    · Não fazer aleitamento materno cruzado (o recém nato só pode ser amamentado pela própria mãe, não podendo ter "ama de leite"). 

Vale a pena lembrar:
    · O contato social: beijo no rosto, aperto de mão, e abraço, não transmite SIDA.
    · Não se pega SIDA compartilhando o uso de vaso sanitário, copos, pratos ou talheres.
    · Não se pega SIDA pelo ar ou por picada de mosquitos.
    · SIDA não é doença de homossexual ou prostitutas. Estão expostas à doença, também pessoas que têm vida sexual heterosexual.
    · Evite o contato com sangue, sêmen e secreção vaginal dos portadores do vírus.
    · Pessoas com SIDA não precisam e não devem ser afastadas de suas casas, escolas, trabalho ou comunidades, já que não oferecem risco de contágio desta forma.

Lembre-se que o indivíduo com SIDA é como um de nós, que simplesmente por não acreditar que todos estamos expostos ao risco de infecção, deixou de se proteger. Seja solidário. Amor, amizade e fraternidade não transmitem a doença. A irresponsabilidade, o preconceito e as idéias equivocadas sim. Não esqueça! . Aquele doente na sua frente, poderia ser você!